10 de mai. de 2009

Escravo


Tela de Pino

ESCRAVO

Porque te esforças tanto por sorrir
Se, nessa condição de escravizado,
Por mais que seja o esforço redobrado,
Não tens, como horizonte, um bom porvir?

Porque te esforças tanto em ser cortês
Com quem marcou de luto a tua vida,
Sabendo que a maldade, repetida,
Aumenta o sofrimento, vez a vez?

Mantém, dos teus carrascos, a distância.
Não dês, nem reconheças, importância
A quem te escravizou, e ao teu povo.

Aquele que preserva, na memória,
A honra e o valor da sua História,
Verá, um dia, o sol brilhar de novo.

Vítor Cintra
De: ‘Contrastes’

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