Foge do seio da noite
Um perfume mais penetrante, mais forte,
Mais ácido e insinuante
Do que o das flores nascidas da morte.
Cai de dentro das estrelas tranqüilas
Uma luz tão cintilante
Vazando as minhas pupilas
Que chego a pensar contente que o fim não esta mui distante.
Passam roçando meu rosto, fatigados, os últimos ventos
E deles meus ouvidos tiram
Cânticos e lamentos.
É o momento em que as pastagens do deserto são regadas pela lua
E as colinas se adornam de alegria,
É o instante em que meu espírito deixa que sobre meu corpo influa
A sensação do nada e o tudo da poesia.
Adalgisa Nery
In: Mundos Oscilantes
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